O calor intenso e as chuvas dos últimos dias deram cara de verão à primavera, que deve se encerrar em 21 de dezembro. O tempo abafado antecipou a temporada dos insetos. Além de baratas, besouros e mosquitos, que não escolhem endereços e estão por toda parte, alguns bairros da cidade também têm registrado problemas envolvendo aranhas e escorpiões, que desentocam para se alimentarem.
Biólogo da Unesp em Bauru e especialista em animais peçonhentos, Roberto Marono explica que o calor intenso estimula o metabolismo não só das baratas, mas também dos demais insetos e até de alguns aracnídeos, que começam a aparecer mais para predar.
As baratas deixam a rede de esgoto, geralmente, para fugir do excesso d’água e optam por ambientes que apresentam restos de comida. Como elas são o principal alimento dos escorpiões, o aumento desencadeia maior número destes animais peçonhentos, principal preocupação do poder público.
“A barata vive até seis meses e pode gerar até 800 filhotes. Em localidades próximas aos cemitérios, há um grave problema nesta época, porque a barata e os escorpiões entram nos túmulos pelas frestas, onde o veneno não alcança muitas vezes”, comenta o pesquisador.
O grande problema em relação ao aumento de insetos passa pela quantidade de moléstias que podem ser provocadas por eles.Além da dengue e leishmaniose causadas por mosquitos, as baratas e formigas, que também possuem mais atividade nesta época, por exemplo, podem contaminar alimentos.
Já os escorpiões trazem risco por conta da picada, que pode até levar a morte. Os cupins também trazem transtornos, pelo poder de destruição de móveis inteiros e até de imóveis.
É preciso cuidado ao manusear animais peçonhentos. Mesmo morto, o escorpião pode picar, por causa do veneno inoculado. A melhor coisa a se fazer ao encontrar um animal peçonhento ou que apresente alguma ameaça é cobri-lo com um recipiente transparente e passar um papel embaixo para fechá-lo.
Fonte: https://www.jcnet.com.br/