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Museus brasileiros convivem com cupins, goteiras e reformas intermináveis

Segundo o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), os museus brasileiros vinculados ao Instituto receberam, em 2017, um total de 1.223.113 visitantes. Mesmo pequeno, o número representou um aumento de 16% comparado ao ano anterior. Entre as unidades mais visitadas estiveram o Museu Imperial, em Petrópolis (RJ), com 400.839 visitantes, e o Museu da Inconfidência, em Ouro Preto (MG), com 174.382 visitantes. O Museu Nacional vinha logo em seguida, com 137.479 pessoas; e o Museu da República, também no Rio de Janeiro, com 112.361 visitantes.

Sem alvará

Com pouca verba, pouco público e cortes de gastos ainda mais na carne, é difícil imaginar quais espaços realmente reúnem condições ideais para visitação. São 370 museus federais abertos e outros quase 4 mil museus espalhados pelo Brasil. São muitos prédios históricos tombados que demandam investimentos contínuos. Em 2016, reportagem de O Globo percorreu os dez maiores museus cariocas. O resultado: sete estavam sem alvará de funcionamento.

No Paraná, um curto-circuito provocou um incêndio que colocou abaixo o Teatro Ouro Verde, em Londrina. Prédio tombado pelo Patrimônio Histórico Estadual, o edifício foi inaugurado em 1952 e foi desenhado pelo arquiteto Vilanova Artigas. Em São Paulo, o Memorial da América Latina teve parte do seu auditório consumido pelo fogo, deixando 12 pessoas feridas — 11 bombeiros e um brigadista.

Reforma de nove anos

O Museu do Ipiranga, em São Paulo, está fechado desde 2013. O acervo de mais de 30 mil objetos, que conta a história da Independência do Brasil, foi transferido para vários locais. Orçada em R$ 100 milhões, a reforma tem apenas 3,2% da verba de execução. A reinauguração está prevista para apenas 2022, bicentenário da Independência.

Sem aval do Corpo de Bombeiros

Também foi dramático o incêndio do Museu da Língua Portuguesa, no Centro de São Paulo, em 2015. Dois anos após o incidente, algumas obras de recuperação até foram realizadas. As próximas fases serão a reconstrução da cobertura e o restauro interno do edifício. Depois, será feita a museografia. O Museu da Língua Portuguesa não tinha aval do Corpo dos Bombeiros para funcionar e tudo começou a partir de uma falha em um hidrante. A previsão é que o espaço volte a funcionar no segundo semestre de 2019.

Biblioteca sem livros

Em Brasília, elevadores quebrados, falta de água e banheiros indisponíveis marcam o cotidiano da Biblioteca Nacional de Brasília nos últimos anos, espaço projetado por Oscar Niemeyer. Exemplo de espaço que parece nunca ter sido usado para a sua premissa, a Biblioteca passa por problemas como falta de iluminação adequada, piso que se descola e… a falta de livros. São inúmeras prateleiras vazias e livros indisponíveis para consulta.

Goteiras

O Museu de Arte Contemporânea (MAC), vinculado à USP, também é carente de reformas. O risco maior ao acervo atende pelo nome de inundação. Para evitar a tragédia final, os objetos da reserva técnica do museu são distribuídos de modo disperso pelo espaço, driblando goteiras.

Em tese, os museus são responsáveis pela produção e manutenção do conhecimento e a convergência de saberes científicos. No Brasil, museu é sinônimo de esquecimento. E não se trata de apenas guardar adequadamente um objeto ou contar quantas preciosidades foram perdidas após um incêndio, como se o espaço fosse um mero gabinete de curiosidades. Cada museu em chamas transforma em cinzas o percurso intelectual de um país.

Um museu que queima por uma conjunção de fatores (descuido, falta de segurança, falta de investimento, falta de fiscalização) revela mais sobre o seu entorno do que sobre o que foi perdido. Nunca morrer assim, nunca morrer num dia, assim, de um sol assim, como dizia Olavo Bilac.

Fonte: https://www.gazetadopovo.com.br/

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